sábado, 16 de julho de 2011

GLOBO ECOLOGIA - Pena que passa às 6:30 da manhã.

16/07/2011 07h11 - http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/07/mudancas-na-extracao-de-recursos-naturais-preservam-o-meio-ambiente.html

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as florestas e o clima



Mudanças na extração de recursos naturais preservam o meio ambiente

Políticas públicas incentivam melhor utilização da Floresta Amazônica

Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Borracha extraída no município de Uacari, no
Amazonas (Foto: Divulgação)
O mau uso da exploração de recursos naturais, como o extrativismo incorreto de produtos como a castanha e a borracha, ou a pesca fora de época são alguns dos responsáveis pelo desequilíbrio ambiental. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) constatam a importância da preservação das florestas, por seu papel fundamental na produção de serviços ambientais como a manutenção da biodiversidade, do ciclo de água e dos estoques de carbono. No final dos anos 70 e início dos anos 80, os extrativistas do estado do Acre, ao perceberem o esgotamento das fontes de seu sustento, após o seu mau uso, resolveram criar o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), hoje Conselho Nacional das Populações Extrativistas, para pensar uma melhor maneira de utilizar os recursos naturais como subsistência, sem que se esgotassem. A discussão sobre a importância da preservação da Floresta Amazônica foi crescendo e, desde então, formas inteligentes de utilização dos recursos oferecidos pelas florestas foram sendo propostas.
Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Coleta de castanha na região do Rio
Madeira, no Amazonas (Foto: Divulgação)
O CNS nasceu em outubro de 1985, durante o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, realizado na Universidade de Brasília. Resultou do trabalho de Chico Mendes à frente dos embates contra as derrubadas no Acre, e de iniciativas em defesa da floresta e da reforma agrária que estavam ocorrendo em diferentes pontos da Amazônia.
A Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), criando Unidades de Conservação (UC), ou seja "um espaço territorial com seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção." O objetivo da criação dessas unidades é fazer com que as áreas ambientais sejam preservadas e que seus recursos sejam extraídos de forma correta.
Francisco Ademar da Silva, coordenador da Unidade de Conservação Regional Juruá-Jutaí conta como a implantação das unidades têm ajudado a região. “As comunidades que trabalham com borracha e castanha hoje não têm desmatamento em volta das suas casas, e tiveram melhorias na sua qualidade de vida. Agora que os extrativistas entendem como deve ser a organizada a extração, adquiriam um respeito maior pela floresta e a utilizam conscientemente. Esse sentimento foi internalizado nessas pessoas”, conta Ademar.
Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Coleta de castanha na região do Rio Madeira, no
Amazonas (Foto: Divulgação)
A castanha, um produto cuja extração é muito comum no Sul do Amazonas, deve ser explorada no período de dezembro a março. Às vezes há uma antecipação do início da colheita, de acordo com a variação do clima. Há uma Lei no Estado do Amazonas que protege a castanheira e só permite a sua extração durante esse período. Para cumprir a lei e não ficar sem sustento durante o tempo de espera para que as castanheiras frutifiquem, os extrativistas trabalham como seringueiros. A borracha pode ser explorada no período de julho a dezembro. Outras atividades também servem como complemento de renda para as épocas de espera após a colheita. Algumas pessoas trabalham no verão com a pesca ou como pequenos agricultores, outras com artesanato de pequenos móveis ou feitos com semente. O açaí também pode ser explorado nos períodos de chuva. Para os que vivem da pesca, o período do defeso, época em que os peixes se reproduzem, é de dezembro a março. Algumas espécies têm período de desova específico, como o piracuru, que vai do final de setembro até o final de outubro.
Algumas políticas públicas foram implantadas para melhorar a economia local. Com a política do programa Zona Franca Verde, idealizado pelo Governo do Estado do Amazonas, a Prefeitura de Carauari, município do Amazonas, passou a pagar a subvenção da borracha desde 2009, oferecendo  R$ 0,70 (setenta centavos) por quilo de borracha comercializado. Após o seringueiro vender sua produção e comprovar a venda, o órgão paga uma espécie de 13º salário (70% do valor adquirido com as vendas) para o trabalhador. Além disso, foi criado também pelo estado, o Programa Bolsa Floresta, que se subdivide em quatro modalidades: Bolsa Floresta Renda, Bolsa Floresta Social, Bolsa Floresta Associação e Bolsa Floresta Familiar. Instrumentos para a extração do látex também são distribuídos pelo governo.

Mudanças na extração de recursos naturais preservam o meio ambiente

Políticas públicas incentivam melhor utilização da Floresta Amazônica

Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Borracha extraída no município de Uacari, no
Amazonas (Foto: Divulgação)
O mau uso da exploração de recursos naturais, como o extrativismo incorreto de produtos como a castanha e a borracha, ou a pesca fora de época são alguns dos responsáveis pelo desequilíbrio ambiental. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) constatam a importância da preservação das florestas, por seu papel fundamental na produção de serviços ambientais como a manutenção da biodiversidade, do ciclo de água e dos estoques de carbono. No final dos anos 70 e início dos anos 80, os extrativistas do estado do Acre, ao perceberem o esgotamento das fontes de seu sustento, após o seu mau uso, resolveram criar o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), hoje Conselho Nacional das Populações Extrativistas, para pensar uma melhor maneira de utilizar os recursos naturais como subsistência, sem que se esgotassem. A discussão sobre a importância da preservação da Floresta Amazônica foi crescendo e, desde então, formas inteligentes de utilização dos recursos oferecidos pelas florestas foram sendo propostas.
Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Coleta de castanha na região do Rio
Madeira, no Amazonas (Foto: Divulgação)
O CNS nasceu em outubro de 1985, durante o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, realizado na Universidade de Brasília. Resultou do trabalho de Chico Mendes à frente dos embates contra as derrubadas no Acre, e de iniciativas em defesa da floresta e da reforma agrária que estavam ocorrendo em diferentes pontos da Amazônia.
A Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), criando Unidades de Conservação (UC), ou seja "um espaço territorial com seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção." O objetivo da criação dessas unidades é fazer com que as áreas ambientais sejam preservadas e que seus recursos sejam extraídos de forma correta.
Francisco Ademar da Silva, coordenador da Unidade de Conservação Regional Juruá-Jutaí conta como a implantação das unidades têm ajudado a região. “As comunidades que trabalham com borracha e castanha hoje não têm desmatamento em volta das suas casas, e tiveram melhorias na sua qualidade de vida. Agora que os extrativistas entendem como deve ser a organizada a extração, adquiriam um respeito maior pela floresta e a utilizam conscientemente. Esse sentimento foi internalizado nessas pessoas”, conta Ademar.
Globo ecologia: as florestas e o clima (Foto: Divulgação)Coleta de castanha na região do Rio Madeira, no
Amazonas (Foto: Divulgação)
A castanha, um produto cuja extração é muito comum no Sul do Amazonas, deve ser explorada no período de dezembro a março. Às vezes há uma antecipação do início da colheita, de acordo com a variação do clima. Há uma Lei no Estado do Amazonas que protege a castanheira e só permite a sua extração durante esse período. Para cumprir a lei e não ficar sem sustento durante o tempo de espera para que as castanheiras frutifiquem, os extrativistas trabalham como seringueiros. A borracha pode ser explorada no período de julho a dezembro. Outras atividades também servem como complemento de renda para as épocas de espera após a colheita. Algumas pessoas trabalham no verão com a pesca ou como pequenos agricultores, outras com artesanato de pequenos móveis ou feitos com semente. O açaí também pode ser explorado nos períodos de chuva. Para os que vivem da pesca, o período do defeso, época em que os peixes se reproduzem, é de dezembro a março. Algumas espécies têm período de desova específico, como o piracuru, que vai do final de setembro até o final de outubro.
Algumas políticas públicas foram implantadas para melhorar a economia local. Com a política do programa Zona Franca Verde, idealizado pelo Governo do Estado do Amazonas, a Prefeitura de Carauari, município do Amazonas, passou a pagar a subvenção da borracha desde 2009, oferecendo  R$ 0,70 (setenta centavos) por quilo de borracha comercializado. Após o seringueiro vender sua produção e comprovar a venda, o órgão paga uma espécie de 13º salário (70% do valor adquirido com as vendas) para o trabalhador. Além disso, foi criado também pelo estado, o Programa Bolsa Floresta, que se subdivide em quatro modalidades: Bolsa Floresta Renda, Bolsa Floresta Social, Bolsa Floresta Associação e Bolsa Floresta Familiar. Instrumentos para a extração do látex também são distribuídos pelo governo.

Saiba como desmatamento influencia no aumento da temperatura da Terra

Além de manter a umidade do ar, as árvores removem o CO2 da atmosfera

O Globo Ecologia desta semana destacou como são importantes iniciativas públicas e privadas que combatem o desmatamento e as queimadas para preservação das florestas. O programa mostrou que as consequências da degradação da Amazônia podem acarretar no aumento da temperatura do Brasil e do mundo. Mas afinal, como a degradação da mata influencia no clima?

O aquecimento global acontece devido ao agravamento do efeito estufa, um fenômeno natural que foi responsável pela criação da vida na Terra. Sem ele, estaríamos, ainda hoje, na era glacial. Erupções vulcânicas lançaram gás carbônico (CO2) e outros gases na atmosfera. Esses gases impediram que a Terra perdesse calor e assim o planeta pode gerar as primeiras formas de vida.
Virgílio Viana, superintendente da FAS (Foto: Divulgação)Virgílio Viana, superintendente da FAS
(Foto: Divulgação)
Depois de muitos anos, com o surgimentos das algas cianofíceas e dos vegetais, um ciclo se estabeleceu: enquanto os vulcões expeliam gases na atmosfera, as plantas retiravam o CO2 do ar e liberavam o oxigênio (O2).

“A árvore, para seu crescimento, e ao fazer fotossíntese, utiliza-se de CO2 para a produção de glicose. Nesse processo, em linhas gerais, as árvores capturam CO2 e água e produzem biomassa. A glicose é o principal elemento que permite o crescimento das plantas”, explica Virgílio Viana, engenheiro florestal. Esse sistema manteve-se em equilíbrio por muitos anos.

Além queima de fósseis, a incineração de florestas para a criação de plantações e pastos foram agravando o efeito estufa. Quando há incêndios e queimadas na floresta, além de se eliminar os responsáveis por retirar o CO2 da atmosfera, mais gás carbônico é emitido. “O desmatamento representa de 12% a 20% do total de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no planeta. No Brasil, ele representa de 50% a 70% de toda a emissão de GEE”, explica Viana, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

Viana vê na plantação de novas árvores e na preservação das matas uma solução para a questão do clima: “O plantio de árvores e a consequente recuperação de áreas degradadas permitem a captura de CO2 diminuindo a sua concentração na atmosfera”. Entretanto, ele afirma que não basta apenas plantar árvores, é necessária uma constante observação da área plantada. “Programas de plantio de árvores, sem o devido acompanhamento de, pelo menos, dois anos, não garantem que elas irão vingar e, assim, crescer e capturar CO2”.

Mas não é só isso. A Amazônia, através da transpiração das plantas mantém o ambiente úmido. O desmatamento acaba com as árvores, tornando o ar que deveria ser úmido, como em uma floresta equatorial, seco.

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