quinta-feira, 26 de julho de 2012

REFLEXÕES SOBRE RELIGIÃO parte II


Religião : O Grande Erro

Contribuição de Ordem Universal dos Seres Estelares O.U.S.E
Em 1978, cerca de 918 pessoas, acreditando nas previsões do reverendo Jim Jones, se uniram naquilo que seria conhecido mais tarde como um dos maiores casos de suicídio em massa que este planeta já teve notícia. Este fato teve repercussão mundial e chocou todos os Estados Unidos.
O reverendo Jim Jones, de 57 anos, convenceu grande parte dos seus 2.000 fieis da comunidade de Jonestown, nas Guianas, de que estes deveriam beber um suco de uva envenenado. E, durante uma reunião, os 918 seguidores, incluindo crianças morreram. 
Eu me pergunto como tantas pessoas puderam ser controladas e manipuladas daquela maneira. É incrível e assustador como - com o pretexto de Deus - a grande maioria da sociedade vem sendo controlada pela minoria. E, assim como fez Jim Jones, usar a religião, a crença em algo maior  para dominar o povo é muito mais simples do que se imagina.
Deste modo, a palavra religião vem do latim religare, que significa religação com o divino. Agora, eu pergunto: A religião, tal qual conhecemos, faz o que o seu significado etimológico sugere ? Como surgiu a religião ? E onde está o mal entendido ?


Muito bem, se quisermos entender o surgimento da religião, teremos de fazer uma viagem no tempo. Voltaremos para a pré - história, há uns dez mil anos atrás, exatamente no período neolítico. Nesta época, as sociedades tribais eram nômades, de modo que não possuíam morada fixa. Segundo o que contam nossos livros de história, após alguns caçadores destas tribos descobrirem que poderiam semear e cultivar o próprio alimento enterrando sementes no chão, eles começaram a se prevenir dos perigos da caça na floresta -até este ponto, a sua principal fonte de subsistência.
                                                                                                                             

O grande problema para estas sociedades tribais foi a descoberta de que, mesmo adquirindo conhecimentos acerca da agricultura, somente isso não era garantia de boa colheita. Eles precisavam de um clima propício e de situações adequadas. De modo que eles perceberam que eram altamente dependentes de situações externas aos seus poderes para que pudessem continuar vivos. Ora, se não houvesse a chuva para que a semente absorvesse os nutrientes ou o Sol para que está pudesse crescer, como se alimentariam ? Está - naquela época - era uma questão de suma importância para eles.
Criou-se, então, nessas tribos, uma certa percepção de que algo regulava o aparecimento do Sol, o aparecimento da chuva ou da noite. Não tendo eles a mínima condição de tratar sobre estes temas, começaram a especular. Surgiu, daí, um conceito muito simplório - mas que até hoje tem poder - de que se chovia era porque alguém o fazia, alguém o mandava; se o Sol aparecia era porque alguém - claramente maior do que eles - o decidia. Desta forma, eles começaram a personificar e cultuar esses tais seres maiores do que eles na esperança de boa colheita. Deu-se o mito da separação.
Muito bem, é neste ponto que eles criam o que nós chamamos de deuses. Como não podiam controlar o Sol, era o deus Sol quem o fazia;como não podiam controlar a chuva, era o deus da chuva quem o fazia. Criou-se uma infinidade de deuses, cada um responsável por determinada função. Cria-se também uma certa ideia de autoridade sendo exercida por esses deuses. Se esses seres poderosos controlavam a chuva e havia a falta desta para a plantação, eles julgavam que isso era castigo do deuses. Se não, qual seria o motivo dos deuses deixarem a tribo inteira sem mantimentos ? 
Com o avanço da comunicação e baseando-se em suas próprias experiências, começaram a criar formas de agradar os deuses, pois acreditavam que, dessa maneira, a tribo seria presenteada com alimentos e abonança. Surge uma infinidade de princípios e dogmas para que se regule esse agrado aos céus. Mais na frente, com a evolução do homem, este sistema se torna mais e mais complexo, mas, tendo sempre a mesma estrutura base que a originou.
Religação com o Divino ? Com certeza, não. Eu acredito que religião é a maneira mais eficaz de se afastar um homem do conhecimento do que é Deus. E o problema não é a religião em si, mas, a ideia que temos dela. Nós criamos e apoiamos um conceito muito perigoso quando tratamos de religião. Sinto que não evoluímos muito desde a pré-história até os dias de hoje. Me pergunto até se muitos de nós não fariam o mesmo que os fieis do reverendo Jim jones fizeram, quando estes estavam na Guianas.
É espantoso notar que nós ainda acreditamos - ignorantemente - que existe um ser maior que está fora de nós, ao qual damos o nome de Deus. Ou seja, do mesmo modo que os primitivos tribais, nós estamos presos. Nós somos prisioneiros desse Deus, pois ele exerce autoridade, ele é maior do que nós. Sempre que julgamos que alguém é mais do que nós, nesse momento perdemos o contato com o Todo. E Deus não pode estar onde existe divisão.
E, quando eu falo de religião, nisto estão incluídos o espiritismo, o catolicismo, o budismo... todos. Se seguimos alguma religião, mesmo que nos julguemos espiritualistas ou não, estaremos fora desse espaço divino; estaremos separados de nós mesmos.
Mas, o espiritismo, budismo ou hinduísmo não são coisas mais espiritualizadas, por que entram nesta lista ?  É preciso que entendamos que toda e qualquer forma de pensamento que busque conceituar a vida em princípios, dogmas, verdades a serem seguidas são um erro, pois elas nos fragmentam. No momento em que você tem de escolher, você já perdeu a totalidade das possibilidades de Deus. Quando existe divisão, há o sofrimento.
E todo conceito ou ideia que nós temos sempre nos afasta desse poder de luz. Aí, você me pergunta : Se toda a ideia me afasta, como eu posso ter um conceito da vida que não me separe de Deus, do Todo ? Simplesmente, não tendo conceitos. Só que, desta forma, nós nos sentiríamos muito frágeis e vulneráveis, você não se sentiria ?
É dessa fragilidade que surge a religião, que surge a necessidade de segurança; desta falsa segurança - que mais parece um manual de instruções sobre como viver a vida -é que são formadas as religiões. É justamente da nossa falta de seriedade em trazer o poder e a responsabilidade para nós que temos passado por grandes sofrimentos em nossas vidas. Sempre esperamos que o nosso Deus - seja lá qual Deus nós tenhamos criado - nos ajude e nos proteja. 
Não é inteligente buscar respostas em padres, pastores ou qualquer quer seja a autoridade religiosa que busquemos. Primeiro, que qualquer ideia de autoridade é uma bobagem, é falta de conhecimento. Na esfera de Deus não existe mais ou menos, existe  apenas o que é.
Nós temos a grande mania de criar, de ver o poder fora de nós mesmos. Estamos sempre buscando alguém responda as nossas perguntas, que cure as nossas doenças, que faça isso, que diga aquilo. Nós nunca queremos nos responsabilizar pelas coisas; acreditamos - assim como os tribais - que não temos o poder e que alguém tem a condição de realizar para nós.
Nós tiramos o poder de nós e damos para a Virgem Maria, para o pastor, para o padre, para o guru, para o político, para o mestre, para o marido, a esposa, para Deus... para todos, menos para nós mesmos.  Isso é pura ignorância.


Mesmo aqui, eu percebo o surgimento de mais uma espécie de¨religião¨. A chamada Nova Era de que todos falam. De que com a sua chegada teremos a quinta dimensão, de que o comando Ashtar vai nos livrar do mal, de que, neste momento, somente eles podem nos ajudar ... tudo isso se assemelha com as mesmas promessas de salvação e de melhoria sem esforço de que tanto já ouvimos de todas as religiões.
Será que não percebemos que mesmo que o comando Ashtar exista, ou que chegue a tal Nova Era, que mesmo assim, sem que façamos a nossa parte nada vai mudar ? Mas, você está criticando até este blog, Wison ?  Não, eu critico a grande maioria das pessoas que o frequenta e que tem dado tanta atenção e esperança a todo e qualquer ¨pronunciamento¨dos ascensionados e que, mesmo que não percebam, abrem portas para o surgimento de mais uma ¨religiãozinha¨ que estabelece princípios a serem seguidos e tomados como verdades. 
Eu não sou contra nenhum mestre, muito menos ser iluminado. Eu sou contra a falta de  preparo das pessoas em receber seus ensinamentos sem que se apoiem neles como se fossem duas muletas.
Eu acredito que a vida diária deve se tornar mais importante do que estas coisas ilusórias que sempre estamos procurando fora. Quando dermos mais atenção ao nosso interior, a nossa melhoria através da análise, nesse dia, sim, talvez não seja necessário que nenhuma das milhares de naves -  de que tanto ouvimos falar - precise descer para nos socorrer, muito menos, de qualquer outro fator externo que não seja a nossa compreensão de que precisamos mudar aja. Neste dia, não haverá mais conflito e, sim, mais união.
Às vezes, eu me pergunto: Com toda esta dependência de seres iluminados, ascensionados, mestres ou gurus, se estamos nós sendo diferentes dos fieis do reverendo Jim Jones ? 
¨Quando o discípulo viu o sábio, este se ajoelhou em frente aos seus pés em tom de reverência. O sábio, repentinamente, puxou o seu discípulo para cima desfazendo o seu ajoelhar de maneira brusca. Como não entendera nada, eis que o rapaz questiona : 
 --- Por que fez isso, mestre ? O sábio responde :
 --- Eu não posso permitir que o Deus que está em você se curve ao Deus que está em mim. ¨
Vai chegar o dia em que desenvolveremos tal compreensão. Neste dia, a humanidade não mais precisará de religiões, nem de padres, pastores ou de mestres. Não mais veremos autoridade em nenhum lugar.
Estaremos unidos com esta consciência universal e crística que é nossa diretamente. Perceberemos que toda a necessidade de intermediários que nos liguem a ela é uma ilusão e que a divindade é nossa por direito.
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Muito obrigado pela leitura, amigos.

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